30 de dezembro de 2016

Nas sombras das horas

Nas inusitadas horas surge uma vontade de transportar para o papel o que esses olhos míopes conseguem enxergar. Talvez seja por isso, que a foto de um relógio também míope queira nos transmitir, isto é, um escutar o que está além das suas batidas. Questiono: Por que tu, ó relógio, em determinados segundos decorridos de 2016 não conseguiu parar? Por que tu ó Deus na sua infinita missiva não atirou um raio e atenuou o ponteiro manhoso? Tantos momentos mal vividos em 2016. Ficamos tão cansados! Ficamos tão desprezados! Sentimos órfãos e a deriva! E nem tu, ó Deus bondoso não quis interferir, porque na verdade para protelar não carece ter um dono. E quanto ao relógio lá com seus tic’s tac’s manhosos seguiu num silêncio incomodativo e compôs o trajeto dando esperanças no segundo seguinte ao pulsar humano. Agora o relógio vai virar e 2017 chegará indubitavelmente. Então nos 10 minutos finais já estaremos de prontidão ante as suas batidas. Ali teremos a opção de reiniciar, não como um ato milagroso, mas vivendo o minuto em questão. Já será o tempo de ser feliz! 
Nazaré Braga – 30/12/2016!

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