Lá vai o rio
Manso, sereno e calmo
Traz em suas madeixas a calmaria
Com a mesma tempestividade
Quantos segredos lá correm
Ladeira abaixo
Quantos amores gritados
Transformado em lágrimas
Desesperadas
Quantas roupas lavadas
Correnteza afora
Talvez a pedra
Seja a grande culpada
Mas o rio com sua sabedoria
Contornou-a e até transpassou-a
Deixando-a lisa em seu desespero
Ah rio!
Traz de volta minhas esperanças
Ou melhor
Leve-as para brotar em outro canto
Cante rio, até não poder mais
Mas com uma nota só
Leve sua serenidade
E mantenha-se calmo
Infinitamente calmo
E no seu sussurro
Não mude seu curso
Surdidamente
Até o misterioso mar.
(Foto de Joel Emídio da Silva)
(Foto de Joel Emídio da Silva)

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