24 de outubro de 2014

A Cidade e Sua Gente

Ao descer a escada ouvi o repique do Choro e para a alegria dos meus ouvidos levou a fechar os meus olhos, a respirar e a seguir.
No contraste disso, avistei alguns meninos fazendo do corrimão a sua mais perfeita onda. E o Choro ainda repicava.
Opondo à melodia, havia um homem de joelhos implorando comida e aos que o atendia ele simplesmente ignorava o mantimento pelo simples ato de pedir.
Segui adiante deparei-me com uma moça com seus óculos desproporcionais que sobravam no seu rosto tão miúdo. 
Vi uma garota africana. Linda! Ela usava azul-marinho. Pensei que se estivesse de azul-claro, isso poderia evidenciar seus belos olhos gigantes, seu cabelo afro e o seu sorriso largo.
Avistei uma mãe muito jovem com um bebê recém-nascido. Ela se equilibrava nas escadarias. Como aquela criança queria o afago dos seus braços para uma mãe tão sem jeito na sua nova caminhada.
Observei um senhor, já na sua idade avançada. Seu rosto negro, sugado e marcado pelo tempo. Sob as suas rugas era possível enxergar toda a caminhada. Ele dormia profundamente no seu banco especial.
E assim, a condução percorria a cidade com histórias silenciosas facilmente embaladas pelo som de um Choro perfeitamente curial.

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