5 de março de 2015

O Homem da Estação de Trem

Era um homem na estação
Um arrepio me passou quando o vi
Parecia que olhava pra mim
E previa um futuro
Senti um medo pungente
Como se predizia
E ele só estivesse ali para transmitir
O que eu não queria que fosse dito
Minha mente voou
Mas, o homem era tão desconhecido
Que conhecidamente sorria pra ninguém
O trem parou por alguns minutos
Parecendo muitos minutos
E parecia que nossos olhares
Eram em tempos diferentes
Planos diferentes
Espaços diferentes
Sorrisos diferentes
Senti uma profunda tristeza
E ao mesmo tempo um alívio tardio
Como se aquele desconhecido
Sossegasse-me
Hipnotizasse-me
Da chacina da minha mente
De novo senti medo
O trem não saía
E o trem não saía
E eu ficava ali
No meio do meu transe
Olhando para o homem
Daquela estação de trem.

(Nazaré Braga - 05/03/2015 às 17:24)

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