Lá vem a Graça
Tão cheia de graça
Com suas mãos ardilosas
De um olhar salutar
Cosendo suas teias
Compondo suas veias
Num compromisso olhar
Lá vai a moça
Na loja da Graça
Achar sua graça
Para mais tarde sonhar
E essa Graça
Tão cheia de graça
Pensou no pesar
Despiu-se das rendas
Falou com suas linhas
Olhou para o pano
Num afligir soluçar
Fechou sua máquina
Trancou a bainha
Pôs-se num completo penar
Então essa Graça
Já meio sem graça
Começou a andar
Num rumo sem beira
A moça sem a gibeira
Caiu na desgraça
Com o seu corpo perfeito
Clamou pela Graça
Numa reza a ficar
Mas cadê essa Graça?
Não tinha mais graça
Então essa Graça
Poste a caminhar
E veio Maria
Sem nada e sem graça
Se pôs a chamar
Vem Graça!
Com toda a sua graça
Coser para as moças
Botarem faceiras
Voltar com suas graças
No seu traje a andar
E Maria sem nada de graça
Traçou para à Graça
Um caminho a voltar
Falou para a Graça
Que ao coser para as moças
Com suas mãos ardilosas
Poderia se salvar
Assim dessa forma
Graça começou a voltar
Que veio com sua graça
Saiu da desgraça
Retomando o caminhar.
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