27 de maio de 2008

O Pintassilgo e o Bem-Te-Vi

Triste, pia triste o pintassilgo.
Lá na soleira da casa, não há que possa fazer foi-se o tempo, prumo certo.
– Precisa mudar de rumo, oh pintassilgo! Piou o bem-te-vi, com seu canto firme e pio trigueiro, bem.te-vi, bem-te-vi. Segue seu caminho. Prossegue neste mundo grande, tu chega lá, tem o sol, és da cor do sol, triste pio, NÃO alegre pio do SIM.
Triste no seu amarelo ouro o belo Pintassilgo pinheirinho. Prossegue com seu mister:
- Entende você não, oh caro Bem-te-vi. Dia nublado, sol enrolado, meio triste o dia hoje. Cabisbaixo? Não, reflexivo sim, eu sou assim. Amigo é, caro bem-te-vi, sou assim, nasci num ensolarado dia, dia quente de pio triste.
Esse Dia nublado me dá preguiça, não me escuta, desobedece. Instante primeira à consciência tomou dia bom, grande dia esse, o dia que ia encontrar com vosmicê. Meu canto, nobre amigo, não é de tristeza, ultrapassa seus pensamentos e vão além da tua imaginação. É simplesmente um canto, o canto em meio à multidão.
- Aceite assim meu jeito macambuzio, melancolia aqui não há caro amigo Bem-te-vi, que chegou de longe para me alegrar.

Nazaré Braga
27/05/2008

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