18 de maio de 2008

A Fuga de Jonas

“Ah, Senhor, era bem isto que eu dizia quando estava ainda na minha terra! É por isso que eu tentei esquivar-me, fugindo para Társis”. (Jonas, 4-1)

Quando me propus a escrever este texto fui buscar resposta nas palavras de Jonas.
Jonas partiu distantemente para Társis. Feliz a seu modo acreditando que ali se pusera em sossego a distância do Senhor. Jonas tentou deixar a sua missão e partiu para seu próprio exílio, num mergulho infundado à busca de si.
Jonas não conseguiu, por mais que se distanciasse, estava sob a mira implacável do Senhor e seu desígnio já inscrito. O que Jonas ouviu? – Dorminhoco! Eis as palavras dos marinheiros de plantão a Jonas. Ora, não se pode dormir!
Todo o dia se trava uma batalha, são grandes os propósitos e nem sempre fugindo da batalha se ganha ou perde-se a luta. Se for para perder, apontam-se os erros e remonta com novas estratégias. Se for para ganhar, muito bem, então partamos para o próximo feito. O próximo passo é enfrentar e enfrentar às vezes sangra e fere nossos princípios.
Às vezes se descobre o caminho aos 12, 15, 20, 24 30, 40 anos de idade ou às vezes nunca se acha o caminho, tornando-se Raquel, aquela que chora pelos filhos*.
Então que caminho seguir? Não temos certeza de nada, basta atenciosamente e organizadamente prestar atenção nos sinais.

* Referente à passagem bíblica que diz:

“Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem”. (Jer 31,15)


Nazaré Braga
18/05/2008

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