Aiiiiiiiiiiii
Essa seca
Já não tem vida
Só existe pedra
Acabou o seu mote
A seca que foi esquecida
Numa terra tão ressequida
A seca que era dos outros
Dos outros desesperados
Na fala de Gonzagão
Vivo,
Pelos cantos e estou cercada
Não há vida!
Não há vida!
Onde estão todos?
Fugiram?
Insanos
Desesperados
Estão no além mar
Abandonaram a terra prometida
Terra dos castelos
Terra da beleza
Beleza cobiçada
Migração, imigração
Onde estão?
Terra da madrugada
Terra da garoa
Cadê sua garoa "hermosa"?
Virou desmazelo
Virou caçoada
Virou eleição
Adoniran, você está onde?
Sertão do sudeste
Volta, volta, volta
Vem no trem das onze
Cantareira, canta, canta
Cadê sua lama?
Virou cristal
Cristal emporcalhado
Os covardes a mataram
Mataram suas encostas
Em troco de muitos trocados
Esses iníquos a difamaram
Aniquilaram
Por que não pediu ajuda?
Gritasse ao velho chico
Aquele que vem de Minas
Estou só
Estou tão só nessa terra
Terra de gigantes
Eu que queria ver o mar
Mas o mar não acabou
Está tão distante agora
Inevitável pelo mundo afora
Jamais verei seus peixes
Não a terei de volta
Agora vivo de balde, da sobra
Fonte da minha vida
Quero vê-la correndo
Escoando
Feliz!
Gostaria de transpor suas fronteiras
Ver o seu sol
Assistir a sua chuva
Mas você me deixou tão só
Deixou seca,
Feia e com sede.
Nazaré Braga 06/02/2015 às 16:17
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